X Mostra de Performance: Negríndio, Corpo, Imagem, Violência e (Re)Presentação – (Evento Virtual)

Data de publicação: 27 de nov de 2020


Laroyê! Benção meus mais velhos, benção meus mais novos. Mukuiu pra quem é de mukuiu, Kolofé pra quem é de Kolofé, Motumbá pra quem é de Motumbá. Que soem os atabaques, maracás e adjás, iê! Invoquemos as Encantadas (os), Mestras(es) juremeiras, caboclas(os), e Orixás! Adupé! Saudemos os Caciques, Xamãs, Pajés, Tuxauas: – Xêtruá! Xeto maromba Xeto! Iyás e Babalorixás, Mo júbà! Zumbis, Dandaras, Guajajaras e Marielles, Agô! Àṣẹ!

A X MOSTRA DE PERFORMANCE NEGRINDIOS – IMAGEM, CORPO, VIOLÊNCIA E (RE)PRESENTAÇÃO se trata de um evento virtual aberto ao público externo à UFBA, especificamente artistas visuais, performers, dançarinos, atores, músicos e artistas de um modo geral. A Mostra será composta por: exposição de fotoperformances, vídeosperformances e teleperformances; palestras e conferências de pesquisadores convidados, giro de conversa com artistas integrantes da Mostra. O local da sua realização se dará em plataforma virtual no período de 30/11 a 02/12/2020 e deverá ser transmitida ao vivo nas redes sociais como Facebook e YouTube.

NEGRINDIOS, Imagem, Corpo, Violência e (Re)Presentação propõe discutir a produção artística como insurgências contemporâneas, que tomam como referência o estado de violência impresso pelo “trauma colonial”, machista, racista e misógino que assolam a sociedade. Pretende problematizar o corpo negro e indígena como corpo político marcado pela memória e história do etnocídio aos povos originários e ao escravismo “afro atlântico” nas terras Brasilis.

Corpos “Negrindios” desafiam outros sentidos de existência, distintos daqueles que lhes são impostos pela perversidade sistêmica globalitarista, herdada do processo colonial branco. Esse trauma permanente encontra na arte da performance, o lugar de expressão do corpo social, político e crítico manifestado como sujeito de (re)presentação, circulação de imagens e ação “contraestéticas” “artevistas”, agregadores de significados e questionadores do contexto atual. Somos NEGRINDIOS: vidas negras e indígenas importam. “Precisamos compreender a nação brasileira como Tupi Guarani, Tupinambá, miscigenada com Bantus, Malês, Yorubás, Nagô, Jejes, Fons, Ewê e Fanti Ashanti” – conforme define Kabengele Munanga (2009) sobre as fontes do Brasil contemporâneo.

Em seu livro A queda do Céu, Davi Kopenawa nos questiona: “Gostaria que os brancos parassem de pensar que nossa floresta é morta e que ela foi posta lá à toa. Quero fazê-los escutar a voz dos Xapiri, que ali brincam sem parar, dançando sobre seus espelhos resplandecentes. Quem sabe assim eles queiram defendê-la conosco? […] Eu, um Yamomani, dou a vocês, os brancos, esta pele de imagem que é minha”. Ailton Krenak, em Ideias Para Adiar o Fim do Mundo, nos alerta: “Como que ao longo de dois mil ou três mil anos nós construímos a idéia de humanidade? Será que ela não está na base de muitas escolhas erradas que fizemos, justificando o uso da violência?”

A universidade como lugar de articulação política de saberes e conhecimento científico, e a X Mostra de Performance como um de seus inúmeros eventos, propõe (re)contextualizar, (re)significar, (re)acionar, (per)formar e (re)performar o “perspecticídio” que nos deixa mudo, surdo e cego diante da violência que nos rodeia, potencializando os espaços destinados à arte com ações que movam o pensamento acadêmico eurocentrado. Acender as marcas do corpo “NEGRINDIO” artístico, poético e político que quer falar, mas deseja ser ouvido, transformando estes espaços em um campo de interatividade, dúvidas, embates, consonâncias, reflexões, resistência, (re)existência, “subversividade” e “pluriversidade”.

A X Mostra convoca todos os que acreditam na potência das formas de expressão da arte do corpo a se manifestarem, ética e esteticamente, com discursos poéticos/performativos em resposta às nossas questões pessoais/sociais. Pretende também, consolidar a construção de um coletivo artístico amplo, combativo e atuante que vem se formando desde a I Mostra. Convida a uma vivência NEGRINDIA como entrecruzamento de saberes e lugar de superação da “enfermidade colonial”. Propõe ainda ser um espaço permanente de “Arte de Ação” com estratégias de enfrentamento, resiliência, coexistência e (re)existência na “cena contemporânea” – parafraseando Milton Santos, “desses que são descendentes na contemporaneidade dos nossos mais importantes ancestrais Negros e Índios”.

Por Ricardo Biriba e Wagner Lacerda

 

 

X Mostra de Performance: Negríndio, Corpo, Imagem, Violência e (Re)Presentação – (Evento Virtual)

https://www.mostraperformance.com/
Coordenação e Curadoria: Ricardo Barreto Biriba e Wagner Lacerda de Oliveira
30 /11 a 02/12/2020
Escola de Bela Artes/UFBA

EXPEDIENTE

Reitor
João Carlos Salles Pires da Silva

Pró-Reitora de Extensão
Fabiana Dultra Britto.

Diretora da Escola de Belas Artes
Nanci Santos Novais

Coordenador do Programa de Pós Graduação em Artes Visuais
Edgard Mesquita de Oliva Júnior

Chefe do Departamento de Expressão Gráfica e Tridimensional
Renata Voss

Coordenador do Curso de Especialização em Arte Educação Cultura Brasileira e Linguagens Artísticas Contemporâneas
Ricardo Barreto Biriba

Coordenador da X Mostra de Performance
Ricardo Barreto Biriba

Corpo Educativo:
Designer: Criação e Programação Visual do Site da X mostra, Catálogo, Pôsteres de Divulgação
Carlos Henrique Reis

Secretaria Executiva
Lioil Lohana Soares de Brito

Transmissão Web Plataforma Virtual ZOOM | YOUTUBE
Gabriella dos Santos Correia

Programação – local – Canal do YouTube Mostra de Performance UFBA
30/11 – Segunda-Feira
18h00min
Mesa de Abertura – Negríndios: corpo, imagem, Violência e Representação

Palestrantes:
José Mário Peixoto – Performer – Criador da Mostra de Performance
Prof. Dr. Laudemir Santos (Lau Santos) RJ – Escola de Teatro UFBA
Gê Viana (MA) – Finalista Prêmio PIPA 2020
Tiago Romero – NABTA – Núcleo Afro-Brasileiro de Teatro de Alagoinhas
Mediadores:Ricardo Biriba e Wagner Lacerda – Escola de Belas Artes – UFBA

19h20min
Abertura da Galeria de FotoPerformance
Caboclo Transatlântico
Luís Paixão

Mascara
Josi Tainá

Transparency in Government
Michael Philpot

Corpo como território
Henna Melo

Ouriçador de sonhos
Fernando Bernardes

Exu
Sander Newton

Cartografias e desertificações (in) humanas
Geisa Lima

Série Santo Desobediente
Wagner Lacerda

Grite no meu corpo.
Afrokaliptico

Medéia Negra
Adeloyá Ojú Bará

Desvendando a Vênus
Paula Brito e Saulo de Araújo Rodrigues

SINAL VERMELHO
Adriana Chaves, Ana Elisa Gonçalves, Éle Fernandes e Saulo Calixto

Sem Título
Vinícius Souza

“Aroma de Dendê”: performance negra
Pablo Porttella

Banho de Sangue
Augusto Henrique

Linhas, Retas e Curvas: texto e corpo autobiográfico
Nayara Leite

“1995”
Josélia Andrade Santos

Cama
Giovani Rufino

Afrotitudes
Mariana Ayumi

Visagi
Tassila Custodes

19h45min
Apresentação de Video Performances

Negríndios
Ricardo Biriba | Wagner Lacerda | Lioil LOhana Britto
Ambientação musical: Ricardo Costa
Direção de Fotografia: Lau Santos
Imagens: Gabi Correia | Raissa Biriba
Edição: Ricardo Biriba

Poemas (entre)Abertos
Jaime Figura (Artista Convidado)
Ambientação musical: Ricardo Costa
Direção de Fotografia: Lau Santos
Imagens: Gabi Correia | Raissa Biriba
Edição: Ricardo Biriba

Caboclo Pena Branca
Caboclo de Cobre com participação Lioil Lohana
Ambientação Musical: Ricardo Costa
Direção de Fotografia: Lau Santos
Imagens: Gabi Correia | Raissa Biriba
Edição: Ricardo Biriba

01/12 – Terça-Feira
18h00min
Apresentação de Videoperformances

Xanvante Cósmico
Victor Venas

Kuhin
ALBA VIEIRA

DES(AMAR)RAR
Jhuli – Juliana Oliveira de Souza

Vidas Negras Importam
Rita Marques

Memória Corporal: dança da Rainha!
Iasmim Alice da Silva

DANDARA
Anderson Santana Dantas

Boitatá
Alba Vieira

ALVEJAMENTO
Vinícius Souza e Marcos D’Sá

“Eu Raiz”
Fernanda Ferreira

Bó Iemanjá
LUZ X – Luz Anthony Batista Sampaio

Cá comigo
Gio de Oliveira – Giovany de Oliveira Silva

Banguê
Val Ribeiro – Valdinei Ribeiro da Silva

Infestação
Lela Queiroz

Esqueceram de mim s/n Tele performance
Proponente: Coletivo A-FETO direção Ciane Fernandes
Criadores/performers: Alba Vieira, Alex Beigui, Carla Vendramin, Carlos Alberto Ferreira, Ciane Fernandes, Diego Pizarro, Edu O., Eduardo Rosa, Fao Miranda, Iane Garcia, Kiran Gorki, Lenine, Guevara, Líria Morais, Luciana Hartmann, Lucio Di Franco, Ludimila Nunes, Morgana Gomes, Nei Lima, Patrícia Ragazzon, Priscylla Lins, Ricardo Fagundes, Sol Di Maria, Thales Lopes, Thiago, Cohen, Victor Gargiulo.

02/12 – Quarta Feira
18h00min

Chão de Artistas
Roda de Conversa com os artistas integrantes da X Mostra de Performance – Mediação do Corpo Curatorial, Ricardo Biriba e Wagner Lacerda

19h00min – Apresentação de Videoperformances:

quiZera aos Pés do Caboclo
Arthur Scovino

“Sobra viva”
David Balt

Kalunga
Tamirys O’hanna

A Morte de Nanã
Daniela Pessoa

Sufocamento Enquadrado
Nelson Bruno Delfino

Homem/Boi ; Vida/Morte . . .Transmutações de Mim
Marcos Braga

Arde, sangra e não morre
PC – Rodrigo Pedro Casteleira

Retomada
Isabel Figueira

 
19h45 min
Encerramento
 
Ricardo Barreto Biriba
Escola de Belas Artes
UFBA

tel 3283 7920
98897 4610

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